Sexualidade e Saúde

A sexualidade é uma manifestação ampla que sofre influências psicológicas, biológicas, culturais e religiosas. Ela está presente durante toda a evolução do ser humano, e suas formas de expressão se modificam de acordo com a fase da vida do indivíduo.

É muito comum encontrarmos mulheres que se queixam de diminuição ou ausência de desejo sexual, principalmente à partir dos 40 anos, quando se aproxima a fase do climatério. Importante entender que tal manifestação pode ter inúmeras causas e existem tratamentos para a maior parte delas.

 

Podemos dividir a resposta sexual humana em quatro fases: desejo, excitação, orgasmo e relaxamento. O desejo é o impulso produzido pelo cérebro diante de um estímulo sexual, tal fase envolve a liberação de neurotransmissores excitatórios (dopamina, melanocortinas, noradrenalina e ocitocina) e hormônios esteroides. Portanto, qualquer alteração endócrina, pode levar a um desequilíbrio hormonal comprometendo a resposta sexual. Frequentemente, na fase da menopausa há um declínio dos níveis de testosterona, que pode resultar em alterações na função sexual.

 

Além do perfil biológico envolvido no desejo sexual, existe a construção social da sexualidade, que difere entre homens e mulheres de acordo com sua infância, cultura e sociedade, este fator também pode influir na primeira fase da resposta sexual.

 

O desejo sexual hipoativo também é um diagnóstico frequente entre as pacientes na fase climatérica, e se traduz pela deficiência de fantasias ou desejo de atividade sexual causando angústia e dificuldades de relacionamento interpessoal. Tal alteração pode ser classificada em primária (sempre existiu) ou secundária (surgiu após algum evento), global (todas as situações) ou situacional, e transitória ou permanente.

 

No curso da avaliação destas pacientes é fundamental diferenciar o que são oscilações normais ou patológicas da libido, e definir se a disfunção é orgânica, psicológica ou mista. Como fatores orgânicos podemos citar as doenças cardiovasculares, endócrinas, de sistema nervoso central, e doenças genitais, estas se apresentando com dor durante a relação.

 

Também devemos considerar os medicamentos que tenham ação antiandrogênica como antipsicóticos, diuréticos ou betabloqueadores.

 

A assistência deve ser personalizada e direcionada para o fator causal. Podemos considerar inúmeras possibilidades de tratamento sempre levando em consideração cada paciente individualmente. As possibilidades podem envolver a introdução de drogas pró-sexuais ou terapias hormonais, seguindo corretamente as indicações e contraindicações para as mesmas.

 

Fundamental que a paciente se sinta acolhida pelo profissional de saúde que escolheu e segura do tratamento proposto, buscando sempre uma vida mais saudável.

Dra. Naira Scartezzini Senna

 

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